Eu nunca gostei muito do meu nome. Priscilla. Não soa muito bem aos meus ouvidos. Eu sempre falei sobre isso, desde pequena buscava outras formas de ser chamada. Cada livrinho que eu lia me dava ideia para novos nomes. Já quis ser chamada de Alice, de Helena, de Antonia, de Olga, de Anita. Mas, souContinuar lendo “Me conhecendo: muito prazer!”
No limite da loucura
“Você enlouqueceu? Perdeu completamente a noção?” oh, não, longe disso. Nunca estive tão sã como agora, enquanto escrevo essas palavras escutando a chuva cair lá fora, nesse verão tão atípico. Estou consciente de tudo ao meu redor, agora consigo enxergar além das aparências e ler as entrelinhas. Eu pesco intenções interpretando um simples olhar eContinuar lendo “No limite da loucura”
Teimosia
Passei minha adolescência inteira travando batalhas judiciais, então, constantemente, era chamada para acompanhamento com assistente social e psicóloga. Em certa ocasião, durante uma entrevista com a psicóloga do fórum da região, fui chamada de tinhosa pela profissional que me atendeu. Ela disse essa frase pra minha avó, que começou a rir pois sabia que eraContinuar lendo “Teimosia”
Menina
Às vezes eu gostaria que lembrassem que eu sou apenas uma menina. Não tenho como controlar o mundo, segura-lo em minhas mãos e mover montanhas. Não sou uma espécie de super-heroína ou coisa do tipo. Eu sou uma menina. Apenas isso, uma menina que foi exposta desde muito cedo a assuntos que não pertenciam aoContinuar lendo “Menina”
Meus livros são meus fiéis escudeiros
Eu sempre disse que os livros são meus melhores amigos. Passei minha infância praticamente inteira perdida nos universos ficcionais que me eram apresentados através das páginas dos meus livros favoritos e mesmo quando eu cresci, sempre que eu mais precisava, a literatura estava lá por mim. Acredito que os livros foram minha única companhia quandoContinuar lendo “Meus livros são meus fiéis escudeiros”
Fracasso
Fracassei em tudo que me propus a fazer: não aprendi a nadar, por isso vivo nadando descontroladamente apenas para morrer na praia. Toda vez, sem exceção. O início pode ser diferente, mas o final já me é conhecido. Fracassei em me salvar da minha própria pele, das minhas máculas e culpas, dos meus tropeços eContinuar lendo “Fracasso”
O pássaro enjaulado (e mais um de seus lamentos)
Não caibo mais aqui. E tô cansada de fingir que me encaixo. Não tenho mais ânimo e nem forças para diminuir minha grandeza e atender as expectativas dos que dizem me amar. Ou me amam pelo que eu sou, ou aprendem a lidar com minha ausência, pois eu me recuso a deixar de satisfazer meusContinuar lendo “O pássaro enjaulado (e mais um de seus lamentos)”
Nasci para ser mais
Eu sempre soube que fui feita pra mais, ainda que não soubesse muito bem o quê. Nasci sendo esse exagero, essa explosão de sentimentos, uma verdadeira compulsão léxica cujo significado permanece desconhecido e o sinônimo nunca identificado. E quando a gente é tanto, intimida, assusta, deixa quem é pouco mortificado. Mas não faço por mal,Continuar lendo “Nasci para ser mais”
Ode à minha criança interior
Pensar em crescer me faz lembrar de muitas coisas. Como quando eu deixei que uma aranha me picasse após assistir homem-aranha pela primeira vez e tive uma reação alérgica ao invés de ganhar super poderes. Eu deveria ter uns cinco anos na época, quando eu ainda acreditava em fada madrinha e varinhas de condão, quandoContinuar lendo “Ode à minha criança interior”
Cubículo
Um belo dia, acordei sufocada. Tudo parecia tão pequeno e conflitante. Senti que minha cabeça batia no teto, achei estranho e resolvi tomar providências. Mudei meu cabelo, pensei que seus longos fios eram o motivo do meu incômodo, mas a sensação ainda me perseguia. Então, resolvi limpar o armário, tirei de dentro dele coisas queContinuar lendo “Cubículo”