Hoje completo 1 ano de Dublin. E muitos são os sentimentos que isso me remete. Já reescrevi esse texto um milhão de vezes e nada parece ser verossímil o suficiente com a experiência que vivi nos últimos 365 dias. Mas vamos partir do seguinte pressuposto: uma vez me disseram que você só abandona o seuContinuar lendo “Um ano.”
Livrai-me de todo mal.
Hoje não foi um dia fácil. Na verdade, foi particularmente difícil. E isso porque lidar com a verdade nem sempre é tão agradável quanto se espera e nem sempre o que se espera de alguém é a verdade. Parece um pouco confuso pontuando assim, mas aos poucos começa a fazer sentido. Como uma boa meninaContinuar lendo “Livrai-me de todo mal.”
Desencanto noturno
Noite passada saí andando pelas ruas sem rumo, numa noite tão fria que até as estrelas se esconderam. Eram apenas eu e as nuvens que me cercavam e insistiam em me fazer companhia. Tal qual um poeta apaixonado que se desencantou com a vida, eu perambulava por uma cidade que ainda me é desconhecida, masContinuar lendo “Desencanto noturno”
Mania de lembrar.
Sou viciada em criar memórias, em sempre lembrar das coisas. Parece que eu estou sempre fazendo um esforço descomunal para lembrar de absolutamente tudo. Datas, músicas, textos, livros, aniversários, comemorações. Me lembro de prestar atenção nos detalhes e ler nas entrelinhas, de ser o suporte necessário em tempos turbulentos e o acalento para aqueles queContinuar lendo “Mania de lembrar.”
Percepções
Eu sou escritora, ainda que soe um tanto quanto estranho aos meus ouvidos, mas sou. E não tenho como negar minha essência – nem em relação a isso, nem a qualquer outra coisa. E a escrita chegou de forma bem ligeira na minha vida, quase como quem não quer nada, ela deu seus primeiros sinaisContinuar lendo “Percepções”
Pai.
Eu tinha 3 anos quando meu tio se mudou. E ainda bem que fui agraciada com uma memória excepcional que me permite lembrar de detalhes da minha infância que surpreenderia muitas pessoas que conviveram comigo na época. E ainda que eu não goste de lidar com tantas lembranças, sou grata por tê-las, pois me lembroContinuar lendo “Pai.”
Sobre ser Mulher
Quando eu tinha 11 anos, comecei a implorar pra que minha mãe começasse a me deixar andar sozinha na rua, nem que fosse apenas para comprar um pão na padaria. Ela, a princípio relutante, viu que não adiantava mais me manter na bolha de proteção e carinho dela, e cedeu. A primeira coisa que elaContinuar lendo “Sobre ser Mulher”
Primeiro de Junho
Era uma manhã de setembro do ano 2009 quando eu prometi a mim mesma que meu destino seria diferente de tudo aquilo que eu cresci enxergando como realidade, quando disse pra mim mesma que não terminaria como a minha mãe. Eu tinha acabado de completar 12 anos na época, e mesmo admirando minha mãe doContinuar lendo “Primeiro de Junho”
A tour do boné amarelo de Amsterdam
Eu já sabia que ia chover hoje, tinha visto na previsão do tempo. Mas, mesmo morando na Europa (mais especificamente Irlanda vulgo país mais chuvoso do mundo, fonte: eu mesma), não aprendi a lição e esqueci de trazer minha capa de chuva na mala e odeio andar segurando guarda-chuva. A brilhante ideia quando o toróContinuar lendo “A tour do boné amarelo de Amsterdam”
Vincent
Amsterdam, 23 de Maio de 2022. Eu ouvi falar do nome “Van Gogh” pela primeira vez na escola, durante as aulas de Arte do ensino médio, quando tudo o que sabíamos sobre ele era a informação rasa de que ele era o pintor que havia mutilado a própria orelha. Mas foi somente aos 19 anos,Continuar lendo “Vincent”